Uma Santa Maria de Oportunidades

Empreender está no DNA da família Isaia

Juliana Gelatti

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Mesmo antes de ser dono do próprio negócio (e até mesmo da maioridade), Salvador Isaia já era um empreendedor. Aos 15 anos, o jovem rapaz foi contratado como vendedor da loja de calçados masculinos aberta pelo caixeiro viajante Luiz Andrade, que não queria mais viajar para vender. A dedicação ao trabalho, a atenção dada aos clientes e a percepção do que era possível e necessário inovar a cada momento deram retorno ao jovem e marcaram a trajetória da empresa cuja história acompanha à evolução de Santa Maria.

Quando Salvador comprou a empresa do patrão, em 1939, alguns de seus irmãos já trabalhavam na loja. À medida que a presença da família Isaia na empresa foi crescendo, a própria empresa foi se transformando em uma família. E a concepção de parentesco inclui, também, os clientes. É o que testemunham os funcionários, dos novatos a um dos mais antigos:

Lembro o que me disseram no meu primeiro dia aqui: o cliente é a nossa maior riqueza. Aqui, sempre se buscou formar uma família e ter essa familiaridade também com a comunidade conta o gerente geral Nilton Martins, que trabalha na Eny há 53 anos.

Dentre as demonstrações da valorização do cliente, o diretor financeiro Guido Cechella Isaia, que é filho de Salvador, afirma que não há distinções:

Todo mundo tem de entrar na fila para pagar e é atendido no salão.

Outra regra pregada pela empresa é a inovação constante: a cada ano são lançados dois ou três produtos novos. Neste ano, uma nova loja será inaugurada em dezembro. A 11ª de Santa Maria terá um modelo de comercialização inédito no Estado e com poucos similares no país.

Estamos mudando sempre, inovando nas formas de pagamento, no layout das lojas, na valorização dos funcionários, até com projetos sociais diz o diretor de estratégia, Guido Isaia Jr.

Os 90 anos de história, a Eny pode atribuir à criação de um ambiente dinâmico que, pelo menos aparentemente, estimula ao trabalho o diretor mais antigo tem 90 anos e segue trabalhando. A Eny ganhou público com os preços baixos e com a confiança nos clientes foi uma das primeiras a vender a prazo.

Da cidade que viu crescer, a empresa reconhece a importância dos ferroviários, um dos principais públicos no passado. Mais tarde, a universidade federal e os militares consoliram o negócio, que foi se segmentando ao longo do tempo. A Eny também teve papel importante na formação de Santa Maria como um centro regional de comércio.

De par com a cultura local

Um dos orgulhos da empresa é apoiar e promover iniciativas culturais em Santa Maria. Com a destinação de parte dos impostos, via leis de incentivo à cultura, em alguns projetos os próprios funcionários são os atores em teatros infantis e outros espetáculos. Para centralizar as iniciativas, foi criada a Fundação Eny. Mesmo com pouca "idade", a fundação apenas traduz o que já era uma prática nos primeiros anos da empresa.

Só que os tempos eram outros. O pai fazia doações e ajudava entidades e pessoas, mas sem contar para ninguém. Temos de apoiar, Santa Maria tem muitos artistas afirma o diretor financeiro Guido Cechella Isaia.

Outra inovação que atende a comunidade, sobretudo o comércio, é a Universidade Corporativa Eny, que oferece cursos de capacitação para a comunidade em geral. A meta é ter o reconhecimento oficial como curso técnico.

A empresa:

Eny Calçados

- O que faz Vende calçados, artigos esportivos e acessórios

- Em que inova A cada ano, lança dois ou três novos produtos e serviços. Em dezembro, vai inaugurar uma loja com formato inédito no Estado

- Quando começou 1924

- Produção Em 2013, foram vendidos cerca de 690 mil pares de sapatos

- Fornecedores São 600, na maioria marcas brasileiras

- Público-alvo Segmentado, e 140 mil clientes compram com o cartão Eny

- Funcionários 250

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